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Estratégias

Marcha à ré na África do Sul

Nozizwe Madlala-Routledge, vice-ministra da Saúde da África do Sul, foi demitida do cargo pelo presidente Thabo Mbeki. Oficialmente, foi exonerada por insubordinação: o governo não autorizou que ela participasse de uma conferência na Espanha, mas ela foi assim mesmo. Segundo a revista Nature, as razões da demissão são mais complexas e preocupantes. Nos últimos tempos, a vice-ministra liderou iniciativas que contrariaram a tradicional política de negar as enormes proporções da epidemia de Aids no país. Madlala-Routledge aproveitou a doença de sua chefe, a ministra Manto Tshabalala-Msimang, submetida a um transplante de fígado em 2006, para propor a primeira estratégia realista de combate à epidemia, com metas para reduzir o contágio, melhorar serviços de diagnóstico e tratar os 5,5 milhões de cidadãos doentes. Ela causou constrangimento extra ao submeter-se publicamente a um exame anti-Aids, um tabu para as autoridades. Com a volta de Tshabalala-Msimang, que defende tratamentos alternativos contra a síndrome, as duas entraram em irremediável rota de colisão.

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