Imprimir PDF Republicar

Tecnociência

Menos sombra e escuridão

NEVIT DILMEN - WIKIMEDIA COMMONS

Humanos, dieta alternativaNEVIT DILMEN - WIKIMEDIA COMMONS

Em 1898, homens que cons­truíam uma ferrovia em Tsavo, no sul do Quênia, foram mortos e comidos por dois leões. Um pesadelo digno de filme, imortalizado em A sombra e a escuridão. A história terminou quando os leões antropófagos foram mortos e, depois, depositados no museu de história natural de Chicago, o Field Museum. Até agora o número de vítimas era um mistério – partindo de 28, as estimativas inflaram até chegar a 135. O caso ficou fechado até agora, quando um grupo coordenado por Justin Yeakel e Nathaniel Dominy, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, colheram pelos e colágeno dos ossos dos leões para chegar a uma contagem mais confiável. Eles mediram os teores de isótopos estáveis para estimar a proporção em sua dieta de itens novos – carne humana, preciosa em tempos de escassez do alimento habitual (PNAS). Os resultados mostram que, embora caçassem juntos, a dieta dos dois leões não era idêntica. Ao longo dos ataques, os autores estimam que um deles comeu 10,5 pessoas e o outro, 24,2 – um total de 35 pessoas, bem distante das mais de 100 que entraram para a lenda. O trabalho também abre uma janela sobre o comportamento cooperativo de leões, que podem manter uma longa parceria mesmo que o butim não seja dividido de maneira equitativa.

Republicar