Os Ashaninka, povos indígenas da Amazônia peruana e brasileira, formam pelo menos dois grupos genéticos distintos, moldados pela interação com outras populações dos Andes e da costa do Pacífico. Uma inesperada diversidade genética resultou da análise do genoma de 51 indivíduos Ashaninka não aparentados da Amazônia peruana feita por geneticistas, arqueólogos, linguistas e antropólogos da Itália, Irlanda, Peru, Argentina, Estados Unidos, Estônia, Alemanha, Suíça, Áustria e Brasil. Em escala continental, os ancestrais Ashaninka provavelmente remontam a uma migração sul-norte de indígenas que se mudaram para a floresta amazônica a partir de uma área do sudeste, com contribuições genéticas de indivíduos instalados no Cone Sul. As análises também revelaram conexões entre os ancestrais dos atuais Ashaninka e grupos que se mudaram para o Caribe. O contato com os europeus, no século XVII, causou uma grande redução populacional, principalmente por causa de doenças contra as quais os indígenas não tinham imunidade (Current Biology, 16 de março).
Republicar