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Miniímãs feitos de grafita ultrapura

Poucos metais são dotados de magnetismo permanente, a propriedade de atrair minicalendários e telefones de pizzaria para as portas das geladeiras. Depois da descoberta de materiais compostos, mas destituídos de metal, capazes de transformar-se em ímãs a temperaturas próximas de zero, pesquisadores da Universidade de Leipzig, Alemanha, relataram na Physical Review Letters de 28 de novembro a descoberta de magnetismo na grafita comum, condimentada com uma pitada de hidrogênio, e em temperatura ambiente. Se vencer a desconfiança dos céticos, a nova técnica pode levar à obtenção dos menores ímãs já produzidos, com possíveis aplicações em nanoeletrônica e no tratamento do câncer.

Os físicos de Leipzig irradiaram grafita ultrapura com um feixe de prótons, que se alojaram na grafita, distorceram sua estrutura e formaram ligações novas entre carbono e hidrogênio. A grafita irradiada tornou-se magnética em relação a um campo específico e manteve parte desse magnetismo quando o campo foi desmagnetizado. Quanto mais prótons eram acrescentados, maior era o efeito magnético, mas, depois de determinado limite, a imantação diminuía. O efeito é claro, embora ainda não esteja muito bem explicado. Segundo teorias recentes, o hidrogênio ligado ao carbono pode distorcer a distribuição dos átomos na medida exata para gerar ferromagnetismo. A perda de magnetismo mediante a aplicação de maiores doses de prótons deve a princípio resultar da danificação da estrutura atômica a tal ponto que ficaria difícil obter um alinhamento ordenado dos ímãs atômicos.

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