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Farmacologia

Morre o farmacologista Sérgio Ferreira

Professor da USP de Ribeirão Preto, teve papel relevante na pesquisa de medicamentos contra hipertensão, inflamação e dor

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O farmacologista Sérgio Henrique Ferreira, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (USP), morreu no dia 17 de julho, domingo, no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, aos 81 anos. Ele sofria do mal de Alzheimer.

Nascido em Franca, interior paulista, e formado em medicina pela USP em 1960, com doutorado em farmacologia pela FMRP e pós-doutorado na Inglaterra, Ferreira isolou vários peptídeos do veneno da jararaca que ampliavam a ação da bradicinina, hormônio que relaxa os vasos sanguíneos e reduz a pressão arterial.

A descoberta do chamado Fator de Potenciação da Bradicinina – feita em colaboração com o farmacologista brasileiro Maurício Rocha e Silva e o inglês John Vane, ganhador do Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1982 – inspirou uma nova classe de fármacos contra hipertensão arterial, dos quais o mais conhecido é o medicamento comercializado no Brasil com o nome de Captopril.

Ferreira destacou-se também no estudo e na caracterização dos efeitos farmacológicos de analgésicos como a aspirina e a morfina, indicando que poderiam ter uma ação a distância, a que chamou de teleantagonismo (ver Pesquisa Fapesp no 155).

Ferreira atuou também na política científica, principalmente na época em que foi presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), no período de 1997 a 1999. Em um artigo que ele escreveu em 1997 para a edição no 21 de Pesquisa FAPESP ele alertou para a importância da articulação entre a comunidade científico-tecnológica e os agentes políticos para a formulação e implantação de, como ele chamou, “uma política estratégica coerente de desenvolvimento científico, tecnológico e agroindustrial para o Brasil”.

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