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Tecnociência

Mortes por poluição reavaliadas nos EUA

Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, responsáveis por um estudo que exerceu forte influência na elaboração das leis ambientais atualmente em vigor nos Estados Unidos, refizeram seus cálculos e descobriram que a porcentagem de mortes que atribuíram à poluição atmosférica havia sido superestimada. A pesquisa, terminada em 1997, cruzou os índices de fuligem no ar e a taxa de mortalidade por 100 milhões de residentes em 90 cidades norte-americanas entre 1987 e 1994.

A conclusão foi que, descontadas variáveis como clima e época do ano, a taxa de mortalidade crescia 0,4% a cada acréscimo de 10 microgramas por metro cúbico de fuligem na atmosfera. A revisão das estimativas, no entanto, detectou um crescimento de 0,27% por 10 microgramas. A diferença é pequena, mas significativa. Segundo os pesquisadores, que agora se esforçam por divulgar os novos dados entre as instituições interessadas, o erro se deveu ao uso impróprio do software empregado no levantamento, de acordo com a revista Science (14 de junho).

É bem verdade que os novos resultados divulgados não desmentem a ligação entre poluição atmosférica e mortalidade. Mas não deixam de fornecer munição pesada aos grupos de pressão que questionam a severidade e serventia das leis ambientais norte-americanas, desde que elas foram aprovadas, cinco anos atrás. E, pior ainda, levantam suspeitas sobre os métodos científicos utilizados no processamento de dados da pesquisa ambiental.

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