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BOAS PRÁTICAS

National Science Foundation divulga investigações sobre má conduta

A National Science Foundation (NSF), principal agência que financia a pesquisa básica nos Estados Unidos, enviou ao Congresso norte-americano o relatório de suas atividades no primeiro semestre fiscal de 2022 no qual apresenta cinco episódios de má conduta científica julgados pela instituição. Sem mencionar nomes de pesquisadores nem de universidades a qual são vinculados, o documento apresenta, por exemplo, o caso de um estudante de pós-graduação que admitiu ter alterado dados de sequências genéticas e utilizado as informações manipuladas em um artigo científico, que foi publicado em coautoria com seu orientador.

Nos próximos três anos, o aluno está proibido de atuar como revisor ou consultor da NSF e deverá ter suas atividades acompanhadas por um mentor. No mesmo período, os dados que vier a produzir precisarão ser monitorados. O professor recebeu sanções da universidade – terá de contar com a ajuda de colegas para coorientar seus alunos nos próximos três anos –, mas, por enquanto, descumpriu a principal exigência da NSF para encerrar o caso, que é pedir a retratação do artigo. O periódico em que o paper foi publicado tornou pública apenas uma “expressão de preocupação”, sinalizando que os resultados estão sendo reavaliados. Um porta-voz da NSF disse ao serviço de notícias da consultoria JDSupra que a agência não exerce controle sobre decisões de periódicos. “Não temos detalhes sobre como o professor conseguiu bloquear a retratação ou por que os editores da revista decidiram emitir uma expressão de preocupação em vez de uma retratação”, informou. “Diversos periódicos têm políticas diferentes em relação à retratação. Por exemplo, alguns exigem que todos os autores concordem com ela.”

O relatório da NSF detalha outras violações. Uma delas envolveu um estudante que fabricou dados em um artigo e, tentando driblar a investigação sobre o caso, criou um site falso para dar aparência lícita aos dados fabricados. Ele foi proibido de exercer atividades de pesquisa com financiamento federal por três anos.

Os outros episódios envolveram plágio. Um pesquisador que copiou trechos de outros trabalhos em dois projetos de pesquisa apresentados à NSF vai passar um ano sem poder trabalhar como revisor da agência. Outro pesquisador recebeu sanção maior – três anos sob monitoramento de sua instituição e sem poder atuar como revisor da NSF – após insistir que um elevado índice de similaridade encontrado em um trabalho de sua autoria não o tornava culpado por plágio. Por fim, um pesquisador que alegou não achar necessário demarcar trechos copiados literalmente em projetos de pesquisa vai passar dois anos sendo acompanhado por sua instituição e impedido de avaliar propostas da NSF.

As sanções impostas pela agência são complementares às punições definidas pelas universidades e instituições de pesquisa as quais os acusados são afiliados.

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