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Negociando a modernidade

Negociando a modernidade

Ali Mansuri / WikicommonsMuçulmanos: entre Darwin e o AlcorãoAli Mansuri / Wikicommons

O mundo islâmico vive um momento curioso na sua relação com a teoria da evolução, de acordo com um levantamento sobre o tema feito entre médicos e estudantes de medicina muçulmanos de várias partes do mundo. “Os países islâmicos estão negociando a modernidade e a resposta dos entrevistados evidenciou isso”, disse à agência SciDev.Net Salman Hameed, coautor da pesquisa e diretor do Centro para o Estudo da Ciência em Sociedades Muçulmanas, do Hampshire College, Estados Unidos. Foram ouvidos médicos e estudantes em cinco países de maioria islâmica – Egito, Indonésia, Malásia, Paquistão e Turquia – e também em nações que recebem muitos muçulmanos, como Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos. Os entrevistados tinham boa cultura científica e bagagem educacional comum. A aceitação da teoria da evolução variou. Mais de 80% dos paquistaneses radicados nos Estados Unidos a aceitava. Mas a maioria dos médicos da Malásia a rejeitou, sobretudo quando a evolução se relaciona a seres humanos. “Se a evolução é confundida com ateísmo, a rejeição cresce”, disse Hameed. Um dos entrevistados, um médico turco, explicou: “É complicado. Eu aceito a evolução cientificamente, mas a rejeito do ponto de vista religioso”.

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