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Tecnociência

Nem tão grandes, nem tão pequenas

Jensen, KH; Zwieniecki, M. PRL – 2013

Folhas de árvores de médio porte: a menor, do Ulmus parvifolia, tem 3 cm, e a maior, da Magnolia macrophylla, 60 cmJensen, KH; Zwieniecki, M. PRL – 2013

Em qualquer floresta, o tamanho das folhas das árvores mais altas varia muito pouco. Com raras exceções, ultrapassam 10 a 20 centímetros de comprimento, mesmo quando as árvores alcançam quase 100 metros de altura – as folhas das árvores mais baixas podem ter de milímetros a 1 metro. Os botânicos sabem disso há tempos, mas faltava uma boa explicação de por que essa limitação ocorre. Depois de analisar o tamanho das folhas e outras características de 1.925 espécies de árvores, o biofísico Kaare Jensen, da Universidade Harvard, e o biólogo Maciej Zwieniecki, da Universidade da Califórnia em Davis, acreditam ter encontrado a resposta. O fator que limita o crescimento das folhas nas árvores mais altas, afirmam, é a capacidade de transporte de seiva elaborada, rica em açúcares (energia), para áreas distantes (PRL, 4 de janeiro de 2013). Levando em conta as dimensões das folhas e dos troncos e as características hidráulicas dos canais condutores de seiva, eles concluíram que o tamanho da árvore regula o escoamento da seiva, que, por sua vez, limita o tamanho das folhas. A velocidade da seiva aumenta à medida que ela vai da folha para os galhos. De modo geral, quanto maior a folha, maior o fluxo. Mas no tronco a seiva encontra resistência hidráulica, que cresce com o tamanho da árvore. A partir de certo ponto o transporte perde eficiência e folhas maiores não melhoram a distribuição de seiva – folhas muito pequenas impediriam um fluxo mínimo. Essa limitação impede que as árvores tenham mais de 100 metros.

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