
Miguel BoyayanAlimentos frescos: menos caloriasMiguel Boyayan
Versões altamente processadas dos alimentos tendem a ser mais calóricas e potencialmente mais perigosas à saúde do que a forma original dessas comidas. Consumir um pêssego fresco é, por exemplo, mais saudável do que ingerir a fruta em conserva. Com base nesse raciocínio, pesquisadores brasileiros encabeçados por Carlos Augusto Monteiro, da Universidade de São Paulo, propõem uma nova forma de classificar os alimentos: em três categorias, e não mais duas (Cadernos de Saúde Pública, novembro de 2010). O principal parâmetro considerado é o grau de processamento. Produtos pouco ou não processados – frutas frescas, vegetais, grãos, carnes, leite, sucos naturais – formam o primeiro grupo. O segundo é composto por alimentos manipulados que entram em preparações culinárias, como farinhas, manteigas, óleos vegetais, sal, açúcar e certas massas. A novidade é o terceiro nível, dos extremamente processados, que deveriam ser ingeridos com moderação (pães, chocolates, queijos, refrigerantes e embutidos). O grupo de Monteiro aplicou essa classificação a um levantamento do IBGE feito em 48 mil domicílios e constatou que os alimentos do primeiro grupo contribuem com 42,5% das calorias ingeridas diariamente pelo brasileiro; os do segundo com 37,5%; e os do terceiro com 20%. A participação dos alimentos altamente processados foi maior entre os mais ricos.
Republicar