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Brasil

Novo arbusto da Amazônia

Em uma área de difícil acesso às margens do igarapé Infiry e do rio Mapuera, noroeste do Pará, foram colhidos em 1910 e depois em 1980 os frutos, os ramos e as folhas de uma árvore que parecia representar uma espécie nova. Esse material ficou envolvido por folhas de jornal em um dos armários do herbário do Museu Paraense Emílio Goeldi à espera de quem o analisasse.

Só em 2002 é que o próprio curador do herbário, o botânico Ricardo Secco, o identificou. Ele tirou a poeira e descobriu que se tratava, sim, de uma nova espécie. É a Croton faroensis , como foi chamada: um arbusto de 3 metros de altura, ramos cor de ferrugem dotados de pêlos curtos, com folhas com uma consistência semelhante à do papel e 5 a 12 centímetros de comprimento.

Descrita por Secco na Revista Brasileira de Botânica , esse arbusto é encontrado em trechos da Amazônia com vegetação baixa – as campinas ou campinaranas – e apresenta uma peculiaridade: é monóica, assim chamada por apresentar flores masculinas e femininas reunidas na mesma planta. “O fato de essa espécie ter sido coletada em 1910, recoletada 70 anos depois e só agora estar sendo descrita como espécie nova”, diz Secco, “demonstra o quanto ainda precisamos estudar a flora amazônica”.

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