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BOAS PRÁTICAS

O avanço da cola em exames on-line

Uma proporção inédita de estudantes – um em cada 14 – foi flagrada cometendo irregularidades durante exames on-line realizados em 2021, de acordo com a plataforma ProctorU, um serviço que supervisiona a aplicação de provas pela internet. No ano passado, a empresa monitorou 3 milhões de testes e em 6,6% dos casos registrou violações a regras que caracterizam má conduta e desclassificaram os alunos. O índice é 14 vezes mais alto do que o 0,5% registrado nos exames feitos nos 15 meses anteriores à pandemia. Também é superior aos 3,9% das provas feitas em 2020.

O ProctorU aplica testes on-line para mais de mil instituições, principalmente de países como Estados Unidos, Reino Unido e Austrália. Seus funcionários verificam a identidade do estudante ou candidato, para evitar que outra pessoa faça o teste em seu lugar. Também observam o participante durante a prova por meio de uma webcam e monitoram a atividade de seu computador para evitar cola. As principais violações detectadas foram a presença de pessoas, livros e papéis não autorizados no ambiente de aplicação do teste. A taxa de violação para avaliações do ensino superior foi de 7,2%, superior à média geral de 6,6% que inclui exames profissionais.

O fundador da ProctorU, Jarrod Morgan, afirmou à revista eletrônica Times Higher Education (THE) que as altas taxas de violações são chocantes, uma vez que os candidatos sabiam que estavam sendo vigiados. Thomas Lancaster, especialista em integridade científica do Imperial College de Londres, disse que, embora já se soubesse do aumento da incidência de cola durante a pandemia, foi surpreendente que as violações também tenham crescido em exames on-line monitorados, que são criticados por serem mais rigorosos e invasivos do que testes presenciais. “Isso sugere que os estudantes estavam sob pressão tão intensa que se sentiram compelidos a recorrer a meios ilícitos”, disse à THE.

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