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Tecnociência

O bismuto é instável

Durante 50 anos, os cientistas procuraram, em vão, o índice de instabilidade do bismuto-209. Mas no ano passado – e por puro acaso – uma equipe de físicos da Universidade de Orsay, na França, descobriu que esse elemento químico é instável (Nature , 23 de abril). A idéia parecia perfeita: construir com germanato de bismuto um detector de matéria escura capaz de resistir a um resfriamento próximo do zero absoluto (-273º C). “Escolhemos o bismuto justamente porque era considerado estável”, diz Pierre Marcillac, coordenador da equipe.

Certa noite, Marcillac testava seu detector em Orsay quando registrou sete desintegrações radioativas, seguidas de uma emissão de hélio e de 3,2 milhões de elétron-volts. Os pesquisadores tentaram descobrir a origem dessa energia. Não viram nada conhecido, mas havia uma explicação: o bismuto, quando se transforma em tálio, emite um núcleo de hélio e uma energia de 3,137 milhões de elétron-volts – eis a taxa de desintegração nuclear do bismuto, procurada por meio século.

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