Imprimir PDF Republicar

Saúde

O consumo de álcool e os riscos à saúde

Consumo de bebidas alcoólicas pode ser a principal causa de problemas de saúde em adultos jovens

Léo Ramos Chaves

O consumo de bebidas alcoólicas pode estar associado a 2,8 milhões de mortes no mundo em 2016. Seria a sétima causa mais frequente de morte e de incapacitação na população em geral e a principal razão de problemas de saúde entre os 15 e os 49 anos. Em média, 2,2% das mulheres e 6,8% dos homens teriam morrido em consequência de problemas de saúde relacionados ao álcool, como câncer, mais comum a partir dos 50 anos, ou a acidentes de carro, doenças infecciosas e danos impostos ao próprio corpo, entre os mais jovens. Os dados são de um megaestudo que usou informações de centenas de trabalhos e 28 milhões de pessoas para avaliar o consumo de bebidas e seu impacto sobre a saúde em 195 países (Lancet, 23 de agosto). Segundo os autores da pesquisa, coordenada por Emmanuela Gakidou, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, não existe nível seguro para o consumo de álcool. “As pessoas não deveriam mais pensar que uma dose ou duas faz bem”, disse Emmanuela ao jornal Washigton Post. Estudos anteriores sugeriam que esse nível de consumo, considerado moderado e equivalente a até duas taças de vinho ou duas latas de cerveja, protegesse contra diabetes e doenças cardiovasculares. Agora, os pesquisadores afirmam que, no balanço geral, os riscos superam os benefícios. “As conclusões do estudo são claras e inequívocas: o álcool é um problema de saúde global de escala colossal”, escreveram os pesquisadores Robyn Burton, do King’s College, em Londres, e Nick Sheron, da Universidade de Southampton, ambas no Reino Unido, em um comentário sobre o artigo. “Pequenas reduções nos problemas de saúde promovidas por baixos níveis de álcool são superadas pelo risco aumentado de outros danos.” Quase 1,5 bilhão de homens e 900 milhões de mulheres consomem álcool – elas tomam, em média, uma dose ao dia e eles duas. O consumo de uma dose diária parece elevar em 0,5% o risco de ter algum problema de saúde em um ano. O de duas doses, em 7%.

Republicar