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GEOLOGIA

O megatsunami de Tonga

O vulcão no arquipélago de Tonga semanas antes da supererupção de janeiro

Maxar via Getty Images

Em janeiro deste ano, o vulcão submarino Hunga Tonga-Hunga Ha’apai entrou em erupção no arquipélago de Tonga, em uma região isolada do Pacífico Sul, e gerou um tsunami de alcance global. Explosões vulcânicas, acompanhadas de terremotos, ejeção de lava ou colapso da caldeira, costumam causar tsunamis, mas não dessa magnitude. O megatsunami gerado por Tonga atingiu países na Oceania, Ásia e Américas, causando ondas de até 15 metros em alguns lugares. Um grupo de pesquisadores liderado pelo geofísico Rachid Omira, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, em Lisboa, está propondo uma possível explicação para o tsunami ter viajado mais longe e mais rápido do que o esperado. Usando dados do oceano e da atmosfera do mundo todo, Omira e colaboradores alimentaram modelos matemáticos e concluíram que o tsunami de Tonga pode ter sido amplificado por ondas de gravidade acústica, um tipo de onda sonora que se propaga em diferentes meios. A ejeção de gases ou lava na atmosfera a velocidades supersônicas causa um deslocamento de ar grande o suficiente para gerar ondas de gravidade acústica, que, por meio de ressonância, teriam transferido energia para a água e amplificado o tsunami. Segundo os cálculos, o tsunami de Tonga viajou de 1,5 a 2,5 vezes mais rápido do que um causado por erupção vulcânica menor (Nature, 13 de junho).

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