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Mundo

O raio mortal de Arquimedes

Não despreze de antemão uma idéia antiga, por mais maluca que pareça. Em 212 a.C., durante a Segunda Guerra Púnica, o matemático grego Arquimedes criou um raio letal para combater as naus inimigas durante o cerco romano a Siracusa. Com um grande espelho côncavo, ele teria conseguido concentrar a luz do Sol no casco das embarcações, incendiando-as. Se de fato ele o fez, não se sabe. Mas até que seria possível. O engenheiro David Wallace, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), que havia assistido a uma tentativa frustrada de reproduzir o experimento no programa de TV a cabo Caçadores de mitos (MythBusters), ficou intrigado com a possibilidade de criar o tal raio e apresentou o problema a seus alunos. A maioria, claro, afirmou que seria impossível do ponto de vista técnico. Depois de alguns cálculos e uma tentativa também frustrada, em 4 de outubro Wallace e sua equipe tentaram recriar o raio letal de Arquimedes usando 127 espelhos quadrados, com 30 centímetros de lado, dispostos na forma de um semicírculo na cobertura de um estacionamento. Sob um céu limpo, os espelhos focaram a luz do Sol das 13 horas na réplica de uma quilha de uma embarcação romana, construída com carvalho. E funcionou! Em menos de dez minutos a madeira ardeu em chamas. “Não estamos tentando provar que Arquimedes tenha realmente feito isso”, disse Wallace ao New York Times. Mas, ao menos, era possível.

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