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Tecnociência

O rei voador do Araripe

A descrição de uma nova espécie de pterossauro descoberto na bacia do Araripe, no Ceará, reforça a tese de que os répteis do Cretáceo eram animais de sangue quente. O fóssil raro foi achado em 1983 por um morador da região que o doou ao Museu de Ciências da Terra do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Agora, a mandíbula, o crânio e a crista (formada por uma grande estrutura óssea) foram descritos pelos paleontólogos Alexander Kellner, do Setor de Paleovertebrados do Departamento de Geologia e Paleontologia do Museu Nacional, e Diógenes de Almeida Campos, do Museu de Ciências da Terra do DNPM. O trabalho começou a ser feito no ano passado com o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

Thalassodromeus sethi atingia a envergadura entre 4,2 metros e 4,5 metros e os pesquisadores estimam que habitavam a região dos Estados do Ceará, Piauí e Pernambuco – ele pertence ao grupo Tapejaridae, encontrado apenas no Brasil e no Marrocos. O artigo sobre a descoberta foi publicado na revista Science (18 de julho). Os pterossauros eram répteis voadores, considerados os primeiros vertebrados adaptados para o vôo. Parentes dos dinossauros, viveram entre 225 milhões e 65 milhões de anos atrás. Possuíam ossos ocos e, conseqüentemente, um esqueleto leve e frágil. O Thalassodromeus sethi  tinha a parte anterior do bico bem fina, em forma de lâmina, e deveria pescar voando rente à água.

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