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Estratégias

O resgate da memória da ciência

Uma política para preservação da memória da ciência vai sair do forno neste mês. Uma comissão criada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia deve propor, entre outras iniciativas, a criação de cursos de pós-graduação em história da ciência e o investimento em mão-de-obra nacional nas áreas de arquivismo e restauro. “Só há três cursos de história da ciência e freqüentemente temos de recorrer a especialistas estrangeiros em restauro”, diz Manuel Domingos Neto, vice-presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e coordenador do grupo de trabalho.

A comissão foi criada em resposta à dilapidação que atinge alguns acervos. Um exemplo é o centenário arquivo do Departamento Nacional de Obras contra a Seca. Registros de expedições ao sertão nordestino ao longo do século 20 estão abandonados em um prédio em Fortaleza.

Outro importante acervo, a biblioteca do CNPq, está empilhado num galpão em Brasília, colocando em risco relatórios cinqüentenários. Esse acervo será reabilitado com a instalação da biblioteca ao edifício-sede do CNPq. Está sendo discutida uma fórmula que estimule universidades e órgãos públicos a reservar recursos para preservar sua memória. “O Brasil precisa se reconhecer como o produtor de ciência que sempre foi”, diz Domingos Neto.

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