Seringueiros da região amazônica encostam com frequência as mãos nas cerdas da lagarta pararama (Premolis semirufa) que vive nos troncos das árvores. O local do acidente fica inchado e a repetição do contato com as cerdas leva a quadros graves de inflamação e perda dos movimentos da mão, doença que leva o nome de pararamose. Para entender melhor o veneno e suas consequências, pesquisadores do Instituto Butantan, em São Paulo, começaram um estudo para caracterizar e verificar a ação dessa substância em ensaios in vitro e em camundongos. O veneno tem forte atividade na degradação de certas proteínas. “Nos camundongos, foi demonstrado que a pararamose, ao contrário do que se imaginava, não é um tipo de artrite reumatoide”, diz Denise Tambourgi, coordenadora do estudo publicado na revista PLOS Neglected Tropical Diseases. A sequência do trabalho pretende conhecer melhor a ação do veneno e estabelecer uma terapia para a doença.
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