Dia 15 de outubro, o Observatório Nacional completou 175 anos. Mas poderia ter completado 272 anos. Embora sua criação oficial date de 1827, por meio de um decreto imperial, já em 1730 os jesuítas instalaram um observatório no Morro do Castelo, na cidade do Rio de Janeiro. Cinqüenta anos depois, os astrônomos portugueses Sanches Dorta e Oliveira Barbosa montaram um outro observatório no mesmo lugar e realizaram observações regulares de astronomia, meteorologia e magnetismo terrestre. Com a vinda da família real, em 1808, o acervo foi transferido para a Academia Real Militar.
O então Observatório Astronômico no âmbito do Ministério do Império, de 1827, era umanecessidade do imperador Pedro I – ele precisava rapidamente de informações sobrea localização exata das terras brasileiras. Entre os trabalhos a serem realizados pelo novo organismo, estava também levantar dados astronômicos e meteorológicos e treinar nessas tarefas os engenheiros militares. Instalado no torreão da Escola Militar, por duas décadas pouco se avançou. Até que, em 1845, o instituto ganhou o nome de Imperial Observatório do Rio de Janeiro, foi transferido para a Fortaleza da Conceição e, até 1850, foi novamente levado para as antigas instalações de uma igreja no Morro do Castelo.
Em 1871, o cientista francês Emmanuel Liais assumiu a chefia do observatório e direcionou os esforços exclusivamente para a pesquisa e prestação de serviços em meteorologia, astronomia, geofísica e na medição do tempo e determinação da hora. O astrônomo belga Luis Cruls sucedeu Liais em 1881 e ajudou a estabelecer e demarcar parte das fronteiras brasileiras. Em 1909, o Observatório Nacional (ON), já com esse nome, foi transferido do Morro do Castelo para o Morro de São Januário, em São Cristóvão, onde permanece. Os serviços prestados pelo ON são numerosos.
Realizou levantamentos geofísicos do território nacional, do campo magnético terrestre e, atualmente, além das pesquisas astronômicas, gera, mantém e dissemina a hora legal brasileira. Deu origem ao Instituto Nacional de Meteorologia, Laboratório Nacionalde Astrofísica e Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast). Desde 1973, tem cursos de pós-graduação. Hoje, o ON olha para frente e adota estratégias para uma completa revitalização e expansão das atividades.
Republicar