A Organização Mundial da Saúde (OMS) demitiu em março seu diretor regional no Pacífico Ocidental, o médico Takeshi Kasai, após uma investigação interna ter concluído que ele cometeu vários tipos de má conduta. É a primeira vez na história da OMS que um diretor regional é demitido. O caso veio à tona após uma reportagem da agência Associated Press publicada em janeiro de 2022 ter revelado que mais de 30 funcionários da OMS formalizaram reclamações contra o diretor aos membros do conselho executivo da organização. Segundo as denúncias, Kasai promovia uma “atmosfera tóxica” e uma “cultura de intimidação sistêmica e ridicularização pública” na sede do escritório regional, em Manila, nas Filipinas. Documentos e gravações indicam que ele fazia comentários preconceituosos a membros de sua equipe, atribuindo o aumento dos casos de Covid-19 em alguns países do Pacífico à “falta de capacidade devido à sua cultura, raça e nível socioeconômico inferiores”. Onze funcionários e ex-funcionários da OMS afirmam que Kasai usava esse tipo de linguagem racista com frequência e que isso teria feito com que mais de 55 indivíduos deixassem o escritório em 2021, comprometendo os esforços de combate à pandemia na região. Kasai também é acusado de compartilhar informações privilegiadas sobre vacinas contra a Covid-19 com o Japão, seu país natal. O processo de nomeação de um substituto começará no próximo mês, com a eleição marcada para outubro.
Republicar
Edição impressa
Atual | Anteriores
