As ondas gravitacionais geradas pela fusão de dois corpos celestes distintos, um buraco negro e uma estrela de nêutrons, foram muito provavelmente detectadas pela primeira vez em 14 de agosto deste ano pelo observatório interferométrico Ligo, que opera dois equipamentos nos Estados Unidos, e pelo Virgo, que administra outro na Itália. Nessa data, operando conjuntamente, os observatórios captaram um sinal vindo de um evento que teria ocorrido a uma distância de 900 milhões de anos-luz. A probabilidade de que as ondas gravitacionais – perturbações na curvatura do espaço-tempo que se propagam como ondas – sejam provenientes desse tipo de colisão supera os 99%, segundo os pesquisadores. “Será um grande marco, se a descoberta se confirmar”, afirmou, à revista Science, o físico Patrick Brady, da Universidade de Wisconsin-Milwaukee, porta-voz do Ligo. A fusão deve ter envolvido um buraco negro com pelo menos 5 massas solares, que teria “engolido” uma estrela de nêutrons de menos de 3 massas solares. Até agora, o Ligo e o Virgo só tinham observado ondas gravitacionais oriundas da fusão de dois buracos negros ou de duas estrelas de nêutrons, nunca um evento híbrido.
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Ondas gravitacionais geradas por um novo tipo de colisão?

Representação artística de um buraco negro (no centro) e uma estrela de nêutron antes de se fundirem
Dana Berry / Nasa