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Tecnociência

Os defeitos das esferas

Em uma descoberta que interessa tanto à medicina quanto à nanotecnologia, Mark Bowick, da Universidade de Siracusa, David Nelson, de Harvard, e Alex Travesset, da Universidade da Iowa, com o apoio da National Science Fundation (NSF), dos Estados Unidos, determinaram como a natureza dispõe partículas elétricas em uma fina camada na superfície de uma esfera. Em uma cobertura plana, já se sabia que a estrutura da rede de partículas se parece com um conjunto de bolas de bilhar acondicionadas a triângulos perfeitos. Entretanto, as superfícies esféricas não comportam arranjos em triângulos perfeitos.

O quebra-cabeça começou a ser resolvido quando a equipe mostrou como os cristais esféricos compensam as superfícies curvas desenvolvendo rachaduras (Science, 14 de março). Trabalhando em conjunto com os norte-americanos, equipes alemãs e holandesas desenvolveram um modelo de organização dos cristais esféricos. Essa proposta teórica privilegia o papel dos defeitos na estrutura dos cristais para determinar como as partículas se organizam e se adaptam a eles. Espera-se agora que o desenvolvimento desses estudos beneficie não somente a medicina – localizando, por exemplo, fendas estruturais na superfície dos vírus e bactérias por onde possam agir os medicamentos — mas também a engenharia — possibilitando a criação de novas moléculas.

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