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Estratégias

Os ganhadores do Nobel 2001

Como ocorre há cem anos, em outubro foram divulgadas as personalidades que se destacaram nas seis categorias existentes do Prêmio Nobel. A Real Academia de Ciências da Suécia este ano homenageou a Organização das Nações Unidas (ONU) e seu secretário-geral, Kofi Annan, na categoria Paz. Nada mal para um prêmio criado pelo inventor da dinamite.

Física
Os norte-americanos Eric Cornell e Carl Wieman, da Universidade do Colorado, e o alemão Wolfgang Ketterle, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos, ganharam o prêmio ao provar a existência do condensado de Bose-Einstein, um novo estado de matéria, espécie de gás com características especiais. Quando se aprender a trabalhar corretamente com esse material, ele terá aplicações práticas como, por exemplo, em componentes eletrônicos.

Química
O japonês Ryoji Noyori, da Universidade de Nagoya, e os norte-americanos William Knowles, aposentado, e Barry Shapless, do Scripps Research Instituto de La Jolla, nos Estados Unidos, foram a premiação mais “prática” este ano na área científica. Eles resolveram o problema das moléculas quirais, que provocam reações biológicas inesperadas quando usadas em medicamentos. Agora, é possível fabricar drogas sem efeitos negativos na saúde – esses estudos já são usados no combate ao mal de Parkinson.

Medicina
A descoberta de como funciona o processo de divisão celular deu o prêmio aos ingleses Timothy Hunt e Paul Nurse, do Imperial Cancer Research Fund, e ao norte-americano Leland Hartwell, do Fred Hutchinson Cancer Center, dos Estados Unidos. O trabalho permitirá novos tratamentos e diagnósticos de câncer, mas ainda deverá levar tempo até se conseguir uma droga eficaz contra a doença.

Economia
Os norte-americanos George Akerlof, da Universidade da Califórnia, Michael Spence, da Universidade Stanford, e Joseph Stiglitz, da Universidade de Colúmbia, todas nos Estados Unidos, mostraram por que os governos não podem abdicar de fiscalizar o mercado e aplicar punições, quando for o caso. O estudo deu origem a uma “teoria geral do mercado”.

Literatura
Autor de 25 obras em quase todos os gêneros literários, o escritor V.S. Naipaul – descendente de indianos nascido em Trinidad, no Caribe, e radicado na Inglaterra – estreou nas letras em 1957. Seus principais livros são Uma Casa para o Sr. Biswas, O Enigma da Chegada, Além da Fé e Uma Curva no Rio. Naipaul é considerado um estilista brilhante e um arguto observador.

Paz
Kofi Annan, de Gana, atual secretário-geral da ONU, foi o escolhido pela academia sueca – uma forma de a academia mostrar seu apreço pela paz nos cem anos do prêmio. Annan tem atuação destacada em conflitos pelo mundo, como no Timor Leste, Kosovo e Líbano, além de agir nas campanhas humanitárias.

IgNobel
Alguns dias antes do anúncio do Nobel, sai a lista do IgNobel, uma premiação muito bem-humorada patrocinada pela Universidade Harvard para as pesquisas “que não devem ser reproduzidas”. Invariavelmente, o resultado é muito engraçado e serve como contraponto à solenidade das homenagens da Real Academia Sueca. Este ano não foi diferente: o IgNobel de Medicina foi para Peter Barss, da Universidade McGill, no Canadá, por concluir, com a ajuda de cálculos precisos feitos por um parente astrônomo, que cocos em queda podem causar “contusões neurais severas”. Em Biologia (as categorias do IgNobel são menos tradicionais que as do Nobel), ganhou Buck Weimer, de Pueblo, no Colorado, Estados Unidos, por criar uma cueca com filtro que elimina o odor de flatulências. Em Tecnologia, o advogado John Keogh, da Austrália, requisitou a patente de um “aparelho circular de facilitação do transporte” – nada mais, nada menos que a roda. Sua solicitação recebeu a patente nº 2001100012.

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