Pesquisadores da Universidade Princeton apresentaram um modelo matemático capaz de prever deslocamentos migratórios vinculados aos efeitos das mudanças climáticas. Tomando como referência a fronteira dos Estados Unidos com o México, a equipe liderada pelo ecologista Michael Oppenheimer concluiu que até 10% da população adulta mexicana, o equivalente a 6,7 milhões de pessoas, poderá deslocar-se para o país vizinho nos próximos 70 anos para escapar da perda da produtividade agrícola resultante da não adaptação ao aquecimento global. Isso no pior cenário, em que a queda da produção chegaria a 48%. No melhor cenário, a redução na colheita seria de 10% e o fluxo migratório alcançaria 1,4 milhão de mexicanos. Publicado nos Anais da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, o estudo foi duramente criticado por defensores dos direitos dos imigrantes. Eles dizem que os números servirão de alegação para tornar as leis anti-imigração mais radicais. Oppenheimer disse que seu grupo viveu um dilema antes de publicar o trabalho, mas concluiu que os dados eram importantes para a formulação de políticas capazes de atenuar os efeitos das mudanças climáticas. “Não queremos que os dados sejam usados para prejudicar os imigrantes e faremos tudo o que pudermos para evitar que isso aconteça”, afirmou à revista Nature.
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