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Astronomia

Os jovens e efêmeros anéis de Saturno

Simulação do desaparecimento dos anéis de Saturno em centenas de milhões de anos

NASA

Observados pela primeira vez no século XVII pelo astrônomo italiano Galileu Galilei, os anéis são a característica mais encantadora e intrigante de Saturno. Dois estudos recentes apresentam novidades sobre a origem e o provável fim dos anéis. Um trabalho indica que os anéis de gelo e poeira que circundam o planeta são bem mais jovens que Saturno. Dados coletados pela sonda espacial Cassini em 2017, antes de seu mergulho mortal no planeta, permitiram calcular com precisão inédita a massa dos anéis. Com base nesses dados, pesquisadores da Itália, de Israel e dos Estados Unidos estimaram que os anéis surgiram entre 100 milhões e 10 milhões de anos atrás, bem depois da formação de Saturno, há 4,5 bilhões de anos (Science, 17 de janeiro). Em outro trabalho, pesquisadores do Reino Unido e dos Estados Unidos estimaram o tempo que os anéis devem durar. Usando o telescópio Keck, no Havaí, eles mediram a temperatura e a densidade da atmosfera do segundo maior planeta do Sistema Solar, rica em moléculas de hidrogênio. Concluíram que os valores encontrados só seriam explicados pela entrada na atmosfera de partículas de gelo vindas dos anéis. Atraídas pela gravidade e pelo campo magnético de Saturno, elas estariam caindo sobre o planeta no ritmo máximo estimado pelas sondas Voyager nos anos 1980. Segundo os cálculos, um volume equivalente ao de uma piscina olímpica atingiria o planeta a cada meia hora (Icarus, 17 de dezembro de 2018). Os pesquisadores estimam que os anéis desaparecerão em 300 milhões de anos.

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