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Estratégias

Os olhos do Brasil sobre Moçambique

Dois satélites que coletam dados meteorológicos e ambientais em 500 pontos do território brasileiro vão ajudar o governo de Moçambique a monitorar a bacia do rio Zambeze. Quatro plataformas automáticas de coleta de dados serão instaladas no Zambeze e em rios vizinhos e transmitirão informações hidrológicas para os satélites SCD-2 e CBERS-1. Eles, por sua vez, retransmitirão os dados para uma estação na cidade de Beira. O custo do projeto, de US$ 230 mil, será bancado pela Unesco, o braço da ONU para educação, ciência e cultura.

“Para o Brasil, não custará nada ligar os satélites quando eles passarem sobre Moçambique”, diz Wilson Yamaguti, responsável pelo sistema de coleta de dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe. “E poderemos usar os dados do que acontece na África para aprimorar nossas previsões”.

O controle do Zambeze, rio que serviu de caminho para a colonização portuguesa em 1632, faz parte de um esforço para amenizar uma tragédia ecológica. O vale em seu delta ficava encharcado 7 meses por ano, e, na superfície de terras úmidas, a agricultura e a pesca vicejavam. Tudo mudou após a construção de barragens nos anos 60 e 70. Sem as inundações anuais, as culturas se arruinaram. Quando a água volta, produz desastres. Foi o que aconteceu na enchente de 2001, quando as comportas da hidrelétrica Cahora-Bassa foram abertas.

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