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Brasil

Os perigos de fabricar pneus

Lidar constantemente com solventes e borrachas pode fazer muito mal à saúde. Já havia estudos mostrando a maior freqüência de leucemias, cânceres de bexiga, pulmão, laringe, estômago, fígado e pele nos trabalhadores da indústria de borracha do que na população em geral. Agora, em um trabalho publicado na Revista de Saúde Pública, Hélio Neves, da Secretaria do Verde e Meio Ambiente do Município de São Paulo, José Eduardo Moncau, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Paulo Kaufmann, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Artefatos de Borracha, de Pneumáticos e Afins de São Paulo, e Victor Wünsch Filho, da Universidade de São Paulo (USP), verificaram que o risco de morte por câncer é maior nas pequenas que nas grandes empresas, provavelmente por causa da maior probabilidade de exposição a substâncias cancerígenas. Os pesquisadores acompanharam por dez anos, de janeiro de 1990 a dezembro de 2000, o estado de saúde de 9.188 homens que trabalhavam na fabricação de pneus, na manufatura de artefatos de borracha e em recauchutadoras. Quando comparados aos empregados das grandes empresas, mostraram-se mais suscetíveis a todos os tipos de câncer, em especial tumores de estômago (25,4%), dos brônquios e pulmões (13,4%) e esôfago (10,4%). Verificou-se também um aumento de 13% na chance de morte por câncer para cada ano adicional de vida. A indústria da borracha mobiliza 7 milhões de empregos e 650 mil empresas em todo o país.

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