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Tecnociência

Os vermes persistentes

Um estudo realizado no município alagoano de Barra de Santo Antônio, a 40 quilômetros de Maceió, reafirma uma antiga equação dos sanitaristas: sem investir em saneamento básico e educação sanitária, é impossível combater as verminoses em comunidades pobres. Gilberto Fontes e Eliana Maurício da Rocha, da Universidade Federal de Alagoas, avaliaram a prevalência de parasitoses intestinais entre 1.020 alunos da 1a a 4a séries da rede de ensino da cidade, num trabalho financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal).

O exame parasitológico de fezes mostrou que 938 estudantes (92%) estavam contaminados – e 767 traziam até oito tipos de vermes ao mesmo tempo, o chamado poliparasitismo. As crianças foram tratadas com medicamentos contra as verminoses. Seis meses depois, os pesquisadores retornaram e reexaminaram uma amostra de 383 estudantes. Pois 347 (novamente mais de 90%) estavam outra vez contaminados e 281 apresentavam até seis tipos de vermes.

Segundo esse estudo, aceito para publicação na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, o único ganho foi uma redução no grau de poliparasitismo. “Não houve uma diferença significativa antes e depois de tratamento, o que revela a necessidade de investir em saneamento na melhoria das condições socioeconômicas da população”, diz Fontes. Cidade turística com praias belíssimas, Barra de Santo Antônio é um dos municípios mais pobres de Alagoas: apenas 1,2% das casas têm saneamento básico.

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