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Agronomia

Outra fonte nacional de lúpulo

Orest Lyzhechka / Getty ImagesGeralmente importados, os cones dessa trepadeira conferem amargor, aroma e sabor à cervejaOrest Lyzhechka / Getty Images

Todo copo de cerveja nacional é o resultado de pelo menos um ingrediente importado, o lúpulo, que confere o amargor e parte dos aromas e sabores característicos da bebida, vindo quase totalmente da Alemanha ou dos Estados Unidos. Agricultores do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Bahia trabalham há anos para adaptar aos trópicos essa trepadeira nativa de regiões de clima temperado (ver Pesquisa FAPESP no 251). Em 2019, o farmacêutico Fernando Batista da Costa, da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto (USP-RP), começou em Ribeirão, cidade conhecida pelo clima quente, um cultivo experimental de quatro variedades de lúpulo, três norte-americanas (Cascade, Chinook e Triple Pearl) e uma europeia (Saaz). Duas delas, Cascade e Chinook, apresentaram desenvolvimento satisfatório (European Journal of Agronomy, novembro de 2023). “Concluímos que é viável cultivar lúpulo nas condições climáticas tropicais de São Paulo”, afirmou Costa à Agência FAPESP. Uma análise dos compostos químicos encontrados nas duas variedades de lúpulo identificou 55 óleos voláteis, associados a aroma e sabor, alfa e beta-ácidos, responsáveis pelo amargor (Química Nova, 10 de outubro de 2023). Para testar a aceitação, os pesquisadores produziram cervejas artesanais com as duas variedades de lúpulo de Ribeirão Preto e dos Estados Unidos e as submeteram à avaliação de 100 pessoas. As cervejas elaboradas com lúpulo cultivado localmente receberam pontuações mais altas do que as outras (International Journal of Wine Business Research, junho de 2023).

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