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Tecnociência

Para entender os ecossistemas

É difícil explicar a multiplicação desenfreada de algas planctônicas em águas poluídas, com excesso de fosfatos e nitratos. Insatisfeitos com os modelos atuais – que supõem o ecossistema como uma cadeia linear de três níveis tróficos homogêneos (produtores primários, herbívoros e carnívoros) – franceses do Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS) e da Universidade de Paris VI criaram uma alternativa: em vez de uma sucessão, nos ecossistemas haveria uma rede de eventos. Para eles, em cada nível trófico há de um a três grupos funcionais, conforme o regime alimentar e a vulnerabilidade das espécies.

O modelo de rede rompe com a idéia de que a abundância de nutrientes beneficiaria os níveis tróficos mais elevados, normalmente os carnívoros, em detrimento dos herbívoros. Ele identifica, no primeiro nível, três grupos de produtores primários: algas planctônicas mais comestíveis, algas planctônicas pouco comestíveis e perífiton (não consumidas e auto-reguladas). O segundo nível seria formado por pequenos e grandes herbívoros consumidores de algas.

O terceiro, por carnívoros invertebrados que consomem pequenos herbívoros e, eventualmente, por peixes que se alimentam de todos os herbívoros e também de carnívoros invertebrados. Os resultados que o novo modelo prevê ficaram bem próximos dos verificados empiricamente – em experimentos com manipulação de nutrientes no lago de Créteil – mas distantes do modelo clássico.

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