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Tecnociência

Para todo tipo de sangue

Talvez esteja próximo o fim da busca dos bancos de sangue por doadores do tipo O, considerado universal porque pode ser transfundido para pessoas de qualquer um dos quatro principais tipos sangüíneos (A, B, AB e O). Pesquisadores dos Estados Unidos, da França, da Suécia e da Dinamarca conseguiram uma forma eficiente de converter sangue dos tipos A, B e AB em O, determinados pela presença ou ausência de dois açúcares na superfície das hemácias. As hemácias de quem tem sangue tipo A ou B são recobertas por apenas um desses açúcares, enquanto as dos portadores de sangue AB apresentam ambos. O sangue O é desprovido desses açúcares, que permitem às células do sistema de defesa identificar e destruir um tipo sangüíneo incompatível. Usando duas enzimas que consomem esses açúcares, a equipe coordenada por Gerlind Sulzenbacher e Henrik Clausen limpou a superfície das hemácias, deixando-as como as do grupo sangüíneo O. Proposta na década de 1980, essa estratégia ainda não havia funcionado bem porque não se conheciam enzimas que destroem esses açúcares nas condições fisiológicas do sangue. O grande feito agora foi encontrar duas bactérias que fabricam enzimas específicas para consumir cada um dos açúcares (Nature Biotechnology). Funcionou em laboratório, mas ainda é preciso testar em seres vivos.

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