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Carreiras

Parceria nas aulas de negócios

FGV e Poli-USP oferecem disciplina conjunta na graduação para futuros engenheiros e administradores

Daniel BuenoA constatação de que muitos alunos de graduação querem abrir seu próprio negócio levou a Fundação Getulio Vargas (FGV) e a Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo à criação de uma disciplina voltada para o empreendedorismo. Após um semestre experimental, um convênio entre as duas instituições oficializou a disciplina optativa “Criação de negócios tecnológicos”, oferecida durante um semestre conjuntamente nas duas faculdades. Professores e alunos das duas instituições participam das aulas, ministradas tanto na FGV quanto na Poli.

“No curso experimental foram 20 alunos de engenharia e 20 de administração, proporção que deve continuar. O objetivo em uma disciplina única é passar uma visão abrangente sobre criação de tecnologia e modelo de negócio”, diz Eduardo Zancul, do Departamento de Engenharia de Produção da Poli, que junto com André Leme Fleury, também da Poli, Tales Andreassi, vice-diretor da Escola de Administração de Empresas (Eaesp) da FGV e Adriana Ventura, também da FGV-Eaesp, elaboraram o projeto e ministram as aulas. O programa trata de estratégias, marketing, prototipagem e uma ferramenta de gestão chamada método Canvas – usado na validação da ideia de negócio  –, que serve para pensar startups, verificar clientes potenciais, fornecedores, estabelecer fluxos de receita e despesa.

“Dou aulas desde 1990 e naquela época a ambição dos alunos era ingressar em uma grande organização e aos poucos ir subindo na empresa”, lembra Andreassi. De acordo com ele, a postura mudou e cada vez mais alunos pensam duas vezes em aceitar fazer carreira em uma grande empresa. “Eles procuram traçar uma trajetória que os satisfaça e, agora, tentam outras opções em startups, em empreendimentos sustentáveis ou no Terceiro Setor.” Nesses novos tempos, nada mais natural que as faculdades criem disciplinas voltadas para o empreendedorismo.

“Nas aulas, os alunos desenvolvem um produto físico, como, por exemplo, um sistema de irrigação inovador e estruturam o modelo de negócio, na forma de uma startup”, diz Zancul. Trabalhando em conjunto, os alunos de engenharia podem pensar o produto como negócio e os de administração têm a possibilidade de analisar um banco de patentes, por exemplo, e transformar determinada tecnologia em produto comercial. “Essa experiência é fundamental para o empreendedorismo, além de permitir que os alunos convivam com culturas diferentes antes de saírem da faculdade”, diz Andreassi. Na Poli, os alunos têm à disposição o InovaLab@Poli, um laboratório que serve de infraestrutura para a disciplina com oficinas mecânica e eletrônica, além da salas de projetos, com recursos para reuniões e impressoras 3D.

Na FGV, os alunos de administração têm também a opção de fazer um curso semelhante com colegas de engenharia do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). “São cursos de uma semana, de forma intensiva, em que os alunos de administração ficam hospedados no ITA, em São José dos Campos, e têm aulas conjuntas. Fizemos um em 2014 e o próximo será em julho deste ano. Da próxima vez vamos tentar trazer os alunos do ITA para a FGV”, diz Tales. Tanto a disciplina GV-Poli (semestral) quanto a GV-ITA (semanal) são oferecidas uma vez ao ano.

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