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Tecnociência

Pastagens avançam e degradam o Rio

Um boi aqui, outro ali. Hoje, as pastagens cobrem quase a metade do Estado do Rio de Janeiro. Incluindo a área agrícola, cidades e capoeiras – vegetação secundária, que cresce em pastos abandonados ou florestas devastadas -, o espaço modificado pela ação humana atinge 73,6% do território fluminense, de acordo com o Índice de Qualidade de Vida (IQM) – Verde, do Centro de informações e Dados do Rio de Janeiro (Cide). “O Rio tornou-se um mar de pastagens”, comenta Waldir Rugiero Peres, diretor técnico do Cide. Outro problema é que a produtividade do campo é muito baixa, aquém das necessidades da população do Estado. O cenário é ainda mais desanimador nos 13 municípios da região Noroeste, na divisa entre Minas Gerais e Espírito Santo. Ali, as pastagens cobrem cerca de 90% da terra. As matas naturais foram removidas ainda no século 19 para se plantar café, que deu lugar ao gado. “A Noroeste é hoje a região mais seca do Rio’: diz Peres. Para combater o desmatamento e as pastagens improdutivas, o IQM-Verde aponta 21 mil possibilidades de corredores ecológicos, trechos de mata ligando os remanescentes de vegetação natural. Se implantados integralmente, custariam R$ 260 milhões. Mas apenas dois quintos seriam de fato indispensáveis. “Bastaria não queimar, não desmatar e evitar fazer pastos para recuperar a vegetação nativa, por se tratar de uma região úmida”.

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