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Opinião

Pesquisa para a competitividade

Num mundo cada vez mais globalizado, a pesquisa em Ciência e Tecnologia, que já era fundamental para o crescimento do país, tornou-se estratégica. A inserção competitiva do país no cenário internacional passa a ter, no fomento ao desenvolvimento científico e tecnológico, uma sustentação indispensável. Sob esta ótica, a própria atuação do Estado está sendo redirecionada. Durante um longo período, e há poucos anos, a administração pública esteve mergulhada numa gestão marcadamente burocrática. Hoje, já predomina a consciência de que este modelo está superado.

A modernidade exige que uma administração pública seja predominantemente gerencial, com as mesmas exigências de qualidade e produtividade que pautam a excelência na atividade da iniciativa privada. O governo do Estado de São Paulo, na administração do governador Mário Covas, conseguiu rapidamente equacionar as finanças do Estado e retomar sua capacidade de investimento. Ao mesmo tempo, inaugurou um modelo de administração gerencial alicerçado sobre um tripé altamente articulado.

Esse tripé, basicamente, consiste no espírito de cidadania dos administradores públicos, na montagem de parcerias com a iniciativa privada e na estreita integração com universidades, institutos de pesquisa e as escolas técnicas. É nesse contexto de mudanças estratégicas externas e internas que se insere a atuação da Fapesp. Esta dinâmica instituição já apoiou inúmeros pesquisadores, dando uma contribuição inestimável ao país. Agora, revigorada, ela vem fomentando a pesquisa que será vital para o Brasil de amanhã.

Em primeiro lugar, a Fapesp vem colaborando para o aprimoramento do serviço público, fomentando inúmeros projetos de modernização. Entre estes destacam-se, por exemplo, a pesquisa sobre política de segurança, em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência da USP, através da Secretaria de Segurança Público do Estado; Programa de Proteção ao Cidadão, dentro da política de defesa da cidadania, da Secretaria de Justiça; também foram dotados todos os Institutos de Pesquisa com verbas para aplicação em equipamentos de infraestrutura; a Secretaria de Energia, através da Cesp e em conjunto com a UNESP, desenvolveu um sistema de despoluição das represas; a Secretaria da Educação também foi contemplada com recursos para o Programa de Apoio ao Ensino Básico, recebeu repasse de recursos do Pró-Ciências, da Capes, para treinamento e capacitação de professores. Além de todos esses apoios e colaboração, todas as Secretarias de Estado já estão conectadas à Internet, facilitando, assim,todo tipo de comuniucação interna e externa.

Na parceria com a iniciativa privada, a Fapesp está sintonizada com a modernidade e o desenvolvimento. São inúmeros os projetos em andamento ou já concluídos, preocupados com a elevação do nível de competitividade das empresas, com ênfase para a inovação tecnológica. Nessa linha, a Fapesp dará mais um passo decisivo ao implementar, no início de junho, um novo programa de incentivo à pesquisa, voltado especificamente à pequena empresa de base tecnológica. Futuramente, a parceria com a Finep – Financiadora de Estudos e Projetos e o Sebrae colaborará no desenvolvimento e na comercialização dos novos produtos resultantes das pesquisas.

Esta é a Fapesp ousada que queremos, montando parcerias e preenchendo nichos de atuação no fomento da própria modernidade. Recursos não faltam. O governo estadual não deixou de repassar um único centavo das verbas a que a instituição tem direito. Fica apenas o desafio para que a sociedade civil, as entidades de classe, as universidades, a comunidade científica e os órgãos de governo, em conjunto com a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado, elabore novos projetos indutores do desenvolvimento, que a Fapesp certamente apoiará.

Emerson Kapaz é Secretário da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo

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