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Inovação tecnológica

Preparando-se para a produção comercial

Para João de Brito, o ano de 1997 ainda será de testes do produto junto aos fabricantes de tintas. Ele acredita que a fabricação em escala comercial deve ocorrer dentro de três ou quatro anos, numa produção estimada inicial de 3.500 toneladas/ano.”Primeiro teremos que construir uma planta comercial que vai custar US$10 milhões”. Esse investimento deverá começar a se pagar cerca de três anos depois de iniciada a produção e, acompanhando o padrão adotado normalmente pela empresa, deverá estar totalmente pago em cinco anos.

Brito calcula que o preço do polifosfato (ou do fosfato) vai ficar em US$1 mil a tonelada, enquanto o preço médio do óxido de titânio é de US$2 mil. O Brasil consome 100 mil toneladas desse produto por ano, sendo 60 mil importadas e o restante produzido no país. Como o fosfato não substitui em 100% o óxido – deve substituí-lo em 80% nas tintas mais populares e entre 20% e 30% nas mais nobres -, então presume-se, trabalhando-se com uma média de substituição de 40%, que deixarão de ser importadas 40 mil toneladas por ano do produto tradicional. É aí que se deve ter uma economia de US$80 milhões por ano de divisas, além de um possível barateamento de alguns tipos de tinta.

O projeto – o primeiro apoiado no âmbito do Programa de Inovação Tecnológica que apresenta resultados tão concretos – ainda prevê o desenvolvimento de pigmentos fosfatados coloridos, o que vai aumentar ainda mais as possibilidades de novos produtos na indústria de tintas. Para o professor Galembeck, coordenador do projeto, tudo isso certamente resultará, para além do retorno econômico da pesquisa, em um impacto social muito claro. “Um dos grandes problemas sociais que temos”, argumenta ele, “é o preço da construção de moradias”. “Quanto mais contribuirmos para que existam produtos mais baratos e com qualidade, mais estaremos ajudando a resolver esse problema”.

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