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Previsão exagerada

Previsão exagerada

joão alexandrino

Avanço do mar: pode ser menor do que o previstojoão alexandrino

A elevação do nível do mar, com a possível destruição de cidades litorâneas, pode ter sido superestimada. Em um artigo publicado em junho na revista Eos, da American Geophysical Union, John Anderson, da Rice University, nos Estados Unidos, em colaboração com outros pesquisadores norte-americanos, argumenta que os estudos anteriores enfatizaram as magnitudes da elevação do mar dando pouca atenção às taxas dessa elevação. Segundo eles, prever a variação da linha da costa é bastante difícil, espacial e temporalmente, devido às diferenças entre as taxas de acúmulo ou perda de sedimentos. No sul do estado da Louisiana, a equipe verificou que a perda de sedimentos foi maior que o ganho, resultando em inundações intensas e mudanças irreversíveis na linha de costa. A taxa de elevação do nível do mar no mundo, avaliada entre dois e quatro milímetros por ano, é seis vezes maior que a média estimada para a costa norte do golfo do México nos últimos 4 mil anos. De acordo com as previsões atuais, a taxa global de elevação deverá pelo menos dobrar até o fim do século, excedendo a taxa mais alta de elevação (cinco milímetros por ano) no golfo nos últimos 7.500 anos. De acordo com esses pesquisadores, nos últimos 9 mil anos, marcados pela elevação global do nível mar, a linha litorânea na costa leste do Texas e no litoral oeste da Louisiana permaneceu estável, depois se expandiu e por fim recuou 20 metros por ano. Mas a tendência não foi geral: enquanto isso, a região central da costa do Texas permanecia relativamente estável. Enfim: previsões não são uniformes. E podem falhar.

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