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Educação

Problemas do ensino médio

O ensino médio, ponto de encontro das muitas contradições do ensino brasileiro, tem papéis demais. Pode-se dizer que é um nível em crise permanente, de acordo com o artigo “O ensino médio: órfão de idéias, herdeiro de equívocos”, de Claudio de Moura Castro, presidente do conselho consultivo da Faculdade Pitágoras, em Minas Gerais, e consultor internacional de educação. O dilema mais grave está entre preparar a metade dos alunos para o trabalho e a outra metade para o superior. São coisas díspares, com maiores distâncias entre valores e atitudes funcionais em cada uma das opções. O ensino médio herda todos os problemas de qualidade do fundamental e soma a eles um modelo inédito no mundo: não há caminhos alternativos nem entre escolas com perfis diferentes (modelo europeu) nem a possibilidade de trilhar trajetórias divergentes dentro da mesma escola (modelo americano). Há amplo debate sobre as múltiplas saídas para o nosso ensino médio. Algumas grandes linhas podem ser sugeridas, justamente por lidarem com erros flagrantes, cuja correção se faz necessária. “Mas, mais cedo ou mais tarde, porém, será preciso ter a coragem para resolver o impasse de um sistema único que, na teoria, oferece a mesma escola para todos e, na prática, não oferece nada para ninguém, nem um ensino que preste”, afirma o autor. “Ademais, ainda, discrimina os mais pobres.” Só o Brasil apresenta esse sistema e paga o preço dessa utopia impossível, afirma.

Ensaio: avaliação e políticas públicas em educação – v. 16 – nº 58 – Rio de Janeiro – jan./mar. 2008

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