Um estudo avaliou o impacto de programas de transferência de renda nas taxas de mortalidade em 37 países de renda baixa e média, na maioria africanos. A conclusão foi que os programas antipobreza, que muitas nações criaram ou ampliaram durante a pandemia, têm um notável efeito positivo na saúde da população pobre, com redução no risco de morte entre mulheres adultas e crianças pequenas. Já entre homens e jovens não houve diferença sensível.
Os resultados foram mais destacados em programas que atingem parcelas maiores da população e oferecem quantias maiores, assim como em países com orçamentos precários em saúde e baixa expectativa de vida. Mas não houve distinção no desempenho entre programas que exigem contrapartidas dos beneficiários, como manter a frequência escolar das crianças e vaciná-las, e os que não estabelecem condições. O levantamento foi feito por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e da organização não governamental Partners in Health e publicado no dia 31 de maio na revista Nature.
Segundo dados do Banco Mundial, havia no ano passado 962 programas de transferência de renda sendo executados em 203 países – dois terços deles tinham sido criados durante a pandemia. Programas de países muito populosos, como Índia, Brasil e México, não foram avaliados nesse estudo da Universidade da Pensilvânia.
Estudos realizados aqui no país chegaram a resultados semelhantes. Em 2021, um levantamento publicado na revista BMC Medicine por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, a Fiocruz, e da Universidade Federal da Bahia mostrou que o programa brasileiro Bolsa Família teve correlação com uma queda na mortalidade materna em mais de 2,5 mil municípios brasileiros entre 2004 e 2014. A queda esteve associada a um aumento na proporção de gestantes que realizaram exames pré-natal e em partos feitos em hospitais.
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