Uma boa notícia emerge das águas da baía de Santos, que por décadas sofreu com a poluição. Uma pesquisa do professor Eurico Cabral de Oliveira Filho, da Universidade de São Paulo (USP), revela que algumas espécies vegetais estão reaparecendo na baía. Dois estudos que avaliaram a flora marinha em 1957 e em 1977 mostraram que o número de espécies caiu de 105 para 69 no período. Mas a repetição dessa pesquisa, entre 1998 e 1999, registrou a presença de mais de uma centena de espécies, inclusive sete tipos de algas marrons observadas em 1957, mas sumidas desde então.
O mérito é de uma articulação do poder público em vários níveis. Foi construído um emissário submarino para lançar o esgoto em alto mar. A prefeitura colaborou controlando a passagem para o mar da água dos canais da cidade, contaminada por esgoto clandestino. Até mesmo a melhoria da qualidade do ar da vizinha Cubatão teve um papel, uma vez que as chuvas levavam a sujeira do ar para o mar. “O mais importante é mostrar que, com uma ação do poder público articulada, é possível reverter os danos da poluição”, diz o professor Eurico.
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