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Estratégias

Regras éticas na Alemanha

Terminou em 30 de junho o prazo que o Deustche Forschungsgemeinschaftt (DFG), principal órgão de fomento à pesquisa na Alemanha, fixou para a adesão das instituições aos novos parâmetros que pretendem unificar a conduta ética nos centros de pesquisa e universidades do país. Entre os itens que as novas normas consideram má conduta científica estão: falsificação e fabricação de dados, seleção precária de informações; manipulação de gráficos e números, uso de informações falsas para a obtenção de subvenções e empregos, destruição de material relevante e sabotagem e o plágio. Que tudo isso é feio, parece óbvio.

Mas colocar o óbvio no papel foi a resposta que o DFG encontrou para limpar um pouco da mancha deixada pelo escândalo que, há cinco anos, abalou a reputação da pesquisa alemã. No episódio, dois renomados estudiosos de câncer, Friedhelm Herrmann e Marion Brach, produziram informações fraudulentas em quantidade suficiente para manter os investigadores ocupados por anos sem conseguir incriminar todos os envolvidos. Por isso mesmo, o DFG fez questão de deixar claro que a adesão das instituições não seria encarada como questão de escolha. E foi logo avisando aos recalcitrantes que quem ficasse de fora correria o risco de perder seu quinhão nas verbas administradas pelo órgão.

O recado valeu. Tanto que, em sua edição de 22 de junho, a revista Science informou que 70% das instituições que recebem subvenções do DFG já tinham implementado as novas regras. Mas nem tudo é pressão. O DFG acena com algum desafogo para os pesquisadores. Preocupado com as causas que podem estar levando os cientistas a publicar resultados apressados, o novo código prevê que a ascensão nas carreiras não deve mais ser baseada em critérios quantitativos – como o número de publicações, por exemplo -, mas, sim, na qualidade e na originalidade dos trabalhos desenvolvidos.

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