Ricardo Bonalume Neto, repórter especializado em ciência do jornal Folha de S. Paulo, era admirado pelos colegas tanto pela qualidade de suas reportagens quanto pela irreverência com que tratava a todos. Entrou no diário paulista em 1985 para cobrir ciência e lá trabalhou até sua morte. O reconhecimento pela cobertura dessa área veio já em 1990, quando recebeu o Prêmio José Reis de Divulgação Científica, criado em 1978, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O jornalista morreu em São Paulo no sábado (24/03), aos 57 anos, durante cirurgia para retirada de um coágulo.
Paulistano, Bonalume ingressou na Faculdade de Direito do Largo do São Francisco, mas abandonou o curso no quarto ano. Formou-se na Escola de Comunicações e Artes da Universidade e São Paulo (ECA-USP). Além da ciência, outra paixão eram os temas militares – conhecia profundamente armas e estratégias de guerra, e escrevia sobre conflitos bélicos no jornal. No livro A nossa Segunda Guerra – Os brasileiros em combate, 1942-1945 (Expressão e Cultura, Rio de Janeiro, 1995), falou sobre a Força Expedicionária Brasileira. Em 1997 esteve em Kinshasa, capital do Congo (então Zaire), onde cobriu a queda do ditador Mobutu Sese Seko.
Em 2017 foi condecorado com a Ordem do Mérito Naval, grau de cavaleiro. Bonalume deixa a mulher, Anita Galvão, e os enteados Paulo e Beatriz. O Acervo Folha compilou alguns dos textos que publicou em mais de 30 anos trabalhando para o jornal.
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