A imunologista Laurie Glimcher, de 73 anos, anunciou que está deixando a presidência do Dana-Farber Cancer Institute, um dos principais centros de pesquisa em oncologia do mundo. Sediado em Boston, o centro é afiliado à Escola Médica de Harvard. A saída é atribuída a duas crises recentes que a instituição viveu sob seu comando. Uma delas eclodiu no ano passado, quando quatro pesquisadores do Dana-Farber, incluindo a própria Glimcher, foram acusados de manipular e adulterar imagens de pesquisas em mais de 50 artigos. Ao menos sete papers já foram retratados, entre os quais um artigo publicado em 2006 na revista Science, que tinha a imunologista entre os autores. Ela nega participação na manipulação de imagens e uma investigação interna a isentou de responsabilidade.
A outra crise foi provocada pela decisão anunciada por Glimcher de romper uma parceria de três décadas entre o centro e o Brigham and Women’s Hospital, vinculado ao maior sistema de hospitais da região, o Mass General Brigham. Com o fim da parceria, o Dana-Farber anunciou a construção de um centro de tratamento de câncer de 300 leitos com um novo parceiro, o Beth Israel Deaconess Medical Center. A mudança foi criticada por médicos e pacientes por mudar as bases do atendimento a pacientes de câncer no estado de Massachusetts.
“Estou extremamente orgulhosa do que alcançamos ao fornecer cuidados de classe mundial para nossos pacientes, apostando em inovação e descobrindo novos tratamentos”, afirmou Glimcher, que ocupava o posto desde 2016, em um comunicado de imprensa. O oncologista Benjamin Ebert assume a presidência do centro em 1º de outubro.
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