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SciELO

Riscos da gravidez

Saúde

Além de revisar a literatura sobre os possíveis efeitos da gravidez no desencadeamento da osteoporose, os autores do artigo “Osteoporose e gravidez” apresentam uma breve discussão de alguns aspectos da regulação do metabolismo do cálcio na mulher grávida. Os pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC), Francisco Rocha e Francisco Saraiva Junior, abordam aspectos relacionados à fisiologia do metabolismo do cálcio, vitamina D e hormônio da paratiróide (PTH) na gravidez. “Constatamos a escassez de estudos nessa área. Particularmente, em nossa população, não encontramos publicações com casuística relevante sobre a ocorrência de osteoporose na gravidez. Essa realidade reflete um campo inexplorado de pesquisa que pode interessar ao pesquisador em reumatologia no Brasil”, aponta o estudo. Os estudos para determinar alterações do metabolismo do cálcio e da densidade mineral óssea durante a gravidez são importantes para avaliar o seu possível impacto, a longo prazo, no risco de fratura nas mulheres. Porém, investigações da osteoporose na mulher grávida são limitadas pelo risco de exposição do feto à radiação. “A realização de medidas em ossos periféricos é uma estratégia para atenuar esse risco”, apontam. Em um dos poucos estudos longitudinais realizados, feito em Hong Kong, mulheres de baixo risco obstétrico foram submetidas a três medidas da densidade mineral óssea, realizadas antes de 18 semanas de gestação, entre 28 e 32 semanas e uma terceira medida entre 36 e 38 semanas, utilizando um aparelho de ultra-sonometria óssea. Avaliando 780 mulheres, os autores obtiveram uma média de queda na densidade mineral óssea entre os trimestres, sendo menor na terceira medida. O artigo também evidencia um estudo realizado em São Paulo, em que se procurou identificar fatores de risco associados a fraturas do fêmur proximal. Foram estudados 73 pacientes, sendo 51 mulheres, todos acima de 65 anos de idade. Foi verificada a associação de baixa atividade física, baixo índice de massa corporal, maior número de gestações e de filhos amamentados com maior risco de fraturas. Em linhas gerais, os autores concluem que, “aparentemente, a gravidez não parece afetar a densidade mineral óssea de forma permanente”.

Revista Brasileira de Reumatologia – VOL.45 – Nº3 – São Paulo – MAIO/JUN. 2005

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