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Produção
Madeira tipo exportação

A atividade florestal se intensificou em todo o mundo, o que se pode confirmar por meio do crescente comércio de produtos florestais entre diferentes nações e pelo interesse de diversas organizações pelas florestas brasileiras. Por conta disso, o artigo “Concentração das exportações no mercado internacional de madeira serrada” procurou analisar a dinâmica desse mercado internacional, por meio dos índices de concentração das transações comerciais e das estruturas das classificações de mercado. “O crescente destaque do setor florestal para a economia brasileira mostra-se no PIB florestal, que esteve próximo de US$ 21 bilhões (4% do total) no ano de 2003”, aponta o estudo assinado por Rommel Noce, Rosa Maria Carvalho, Thelma Soares e Márcio Lopes da Silva, pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais. O artigo apresenta os indicadores da exportação de madeira serrada de conífera e folhosas para 154 diferentes países, nos anos de 1997 e 1999. “A desaceleração da economia em mercados tradicionais como nos Estados Unidos e União Européia reflete-se na redução do índice de crescimento do comércio mundial”, diz o estudo. “Assim, as empresas brasileiras buscam mercados alternativos como Rússia, China, África do Sul e Emirados Árabes, incentivadas pela recessão dos principais pólos de exportação e como decorrência logística da globalização.” O estudo mostra ainda que o setor florestal desempenha importante papel socioeconômico no país, gerando dois milhões de empregos diretos e indiretos, além de recolher aproximadamente US$ 2 bilhões anuais de impostos e consumir cerca de 300 milhões de metros cúbicos de madeira nativa e plantada.

Revista Árvore – VOL.29 – Nº 3 – Viçosa – MAIO/JUN. 2005

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-67622005000300010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

Educação
Reforma do ensino para valer?

O final da década de 1990 e o início do novo século reservaram ao ensino médio brasileiro uma grande turbulência estrutural e conceitual. O artigo “A reforma do ensino médio nos anos de 1990: o parto da montanha e as novas perspectivas”, elaborado por Dagmar Zibas, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas (FCC), em São Paulo, descreve algumas imposições sociais, econômicas e pedagógicas que estavam exigindo uma reforma curricular do ensino médio durante aquele período. “A favor da reforma curricular deve-se registrar que o contexto da virada do século justificava um profundo repensar do currículo do ensino médio, em vista, principalmente, da explosão da demanda por matrículas, aos requisitos do novo contexto produtivo e a exigência de conhecimentos e valores para a construção de uma cidadania democrática”, diz a autora. Além disso, outro fator que contribuiu para a proposta da reforma do ensino médio foi a exigência de aproximação entre currículo e cultura juvenil. “Em geral, os professores têm grande dificuldade de aproximar-se da cultura adolescente. Esse distanciamento afunila a cultura da escola, empobrece as trocas entre os sujeitos do mundo escolar e converte, muitas vezes, o conteúdo das disciplinas em elemento aversivo aos alunos”, diz. Para alimentar ainda mais a discussão, a pesquisadora finaliza questionando as atuais perspectivas para uma reforma do ensino médio que realmente favoreça o desenvolvimento integral da maioria dos alunos das escolas públicas. A nova conjuntura política é propícia a um projeto desse tipo? A inviabilidade de uma escola média inclusiva será anunciada pela continuidade da mesma diretriz macroeconômica que reservou, em 2003/2004, quase 10% do PIB para o pagamento dos juros da dívida externa e que, em 2005, continua restringindo investimentos nas áreas sociais e na infra-estrutura? “Infelizmente, esses temas, que extrapolam a especialização dos educadores, devem continuar freqüentando nossa agenda, se quisermos defender as bases necessárias para uma reforma do ensino médio para valer”, avalia Dagmar.

Revista Brasileira de Educação – Nº28 – Rio de Janeiro – JAN./ABRIL 2005

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782005000100003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

Hortelã
Experimentos hidropônicos

O crescimento normal e a formação de plantas com qualidade comercial dependem da produção de boas mudas. Para isso, faz-se necessário o uso de substratos adequados a cada espécie. Esse elemento influi não só na qualidade das raízes formadas, como também no percentual de enraizamento das estacas, possuindo ainda a função de fixá-las e manter o ambiente úmido.  O artigo “Substratos na produção hidropônica de mudas de hortelã”, escrito pelos pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM),  Dalva Paulus, Sandro Medeiros e Osmar Santos; e os alunos Cinei Riffel, Eliseu  Fabbrin e Eloi Paulus, apresenta os resultados de experimentos feitos na produção das mudas de hortelã (Mentha x villosa) em cultivo hidropônico. Várias espécies dessa espécie têm sido investigadas, tanto por suas atividades biológicas como também pelos óleos essenciais produzidos por suas folhas. “A Mentha x villosa é uma planta medicinal e aromática cultivada em todo o Brasil,  utilizada em larga escala pelas indústrias químicas, farmacêuticas e de alimentos”, aponta o estudo. As mudas foram analisadas com substrato espuma fenólica, substrato organo-mineral e sem substrato, ou seja, diretamente em solução contendo os elementos minerais indispensáveis ao crescimento da planta. “A hidroponia mostra-se uma técnica promissora em virtude das vantagens que esse método apresenta: economia de substrato, produção de mudas com alto índice de pegamento e de qualidade.” O delineamento experimental foi realizado com três tratamentos e 20 repetições, usando-se uma planta por repetição. Diferentes variáveis foram analisadas, entre elas o número de folhas e altura da planta nos dias seguintes e a fitomassa seca e fresca 35 dias após o início do tratamento. O substrato espuma fenólica apresentou os melhores resultados na produção de fitomassa fresca e seca. Segundo o artigo, considerando os resultados obtidos durante os experimentos, a espuma fenólica pode tranqüilamente ser utilizada para produção de mudas de menta em cultivo hidropônico.

Horticultura Brasileira – VOL.23 – Nº1 – Brasília – JAN./MAR. 2005

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-05362005000100010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

Museus
Consumo cultural

Divulgar pesquisas que elucidem não só o perfil socioeconômico do visitante e do não-visitante de museus, mas também seus hábitos culturais, interesses gerais de lazer e percepções de arte, ciência e outros temas tratados por essas instituições. Essa é a proposta do artigo “O contexto do visitante na experiência museal: semelhanças e diferenças entre museus de ciência e de arte”, de Adriana Mortara Almeida, pesquisadora do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Quanto mais soubermos sobre o contexto pessoal do visitante, mais poderemos aperfeiçoar sua experiência museal, de modo a instigar sua ida e seu retorno aos museus, nos quais terá suas expectativas, seus desejos e necessidades mais amplamente respondidos”, justifica Adriana. Segundo o artigo, é vasta a bibliografia estrangeira sobre estudos do público, que ainda está por ser conhecido em profundidade. Essas pesquisas consideram o visitante um participante ativo da relação museal. Por meio de observação, entrevistas, questionários, depoimentos e conversas telefônicas, esses estudos trazem a voz do visitante, na busca do aperfeiçoamento do processo comunicacional promovido pelas exposições. “As avaliações mostram que cada visitante constrói sua própria exposição ao selecionar seu percurso de acordo com seu desejo, suas motivações, suas necessidades e seus companheiros”, acredita Adriana. Com isso, na elaboração de uma exposição procura-se conhecer, cada vez mais, o perfil, os conhecimentos prévios, os desejos e as necessidades dos possíveis visitantes. Porém, tal como os museus de arte, que deveriam conhecer melhor noções e interesses mais gerais sobre arte dos públicos brasileiros, os museus de ciência também carecem de estudos semelhantes. “Certamente no Brasil temos uma trajetória própria de desenvolvimento das artes e das ciências, dentro e fora dos museus. Porém, ainda sabemos muito pouco das concepções sobre as ciências e as artes entre os brasileiros. Os estudos de público e as avaliações de exposições em museus podem ser um dos caminhos de ampliação do conhecimento acerca dos consumidores culturais”, sugere.

História, Ciências, Saúde-Manguinhos – VOL.12 – Supl.0 – Rio de Janeiro 2005

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702005000400003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

Saúde
Fumo passivo infantil

O estudo “Tabagismo no domicílio e baixa estatura em menores de cinco anos” analisou o efeito das variáveis socioeconômicas e da exposição à fumaça do tabaco sobre o crescimento. Participaram do estudo 2.037 crianças menores de 60 meses, sendo 51% do sexo masculino e 49% do sexo feminino. Os pesquisadores Regina Gonçalves-Silva Márcia Lemos-Santos, da Universidade Federal de Mato Grosso, Joaquim Valente
e Rosely Sichieri, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, mediram e pesaram as crianças atendidas nos postos de saúde da cidade de Cuiabá (MT) e submeteram os pais a um questionário sobre o tabagismo no domicílio. Em relação à exposição ao tabaco em casa, as crianças foram classificadas em expostas, se morassem com pelo menos um fumante no domicílio. Do total de crianças estudadas, 37,7% eram fumantes passivas, ou seja, moravam em domicílios com pelo menos um fumante, sendo 11% expostas ao tabagismo da mãe, 24% expostas ao tabagismo do pai e 13% ao tabagismo dos demais moradores da residência. A prevalência de crianças com baixa estatura foi de 4,3%. A média do peso e do comprimento ao nascer foi menor para as crianças com mães fumantes do que para os bebês que tinham mães não fumantes. “Foram observadas crianças de menor estatura nos níveis socioeconômicos mais baixos e com menor renda familiar, quando o pai não morava no domicílio ou quando os pais tinham menor escolaridade”, aponta a pesquisa. De acordo com a análise de regressão linear hierarquizada do estudo, o tabagismo dos pais permaneceu associado com a baixa estatura mesmo após ajuste para tabagismo durante a gravidez e para variáveis sócio-demográficas. “O tabagismo durante a gestação é um dos responsáveis pelo menor peso e comprimento ao nascer. No entanto, a exposição à fumaça do tabaco, no período pós-natal, não tem sido explorada nos estudos de crescimento”, indicam os pesquisadores.

Cadernos de Saúde Pública – VOL.21 – Nº5 – Rio de Janeiro – SET./OUT. 2005

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2005000500027&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

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