Quarenta e quatro artigos assinados por autores sul-coreanos sofreram retratação entre fevereiro e dezembro de 2024 devido a evidências de que foram produzidos pelas chamadas fábricas de papers, serviços fraudulentos que comercializam a autoria de papers sob demanda, em geral com dados falsos. O balanço foi feito em um relatório publicado pela Fundação Nacional de Pesquisa da Coreia, uma das principais organizações sul-coreanas de apoio à ciência e à inovação.
A maioria dos autores (46) cujos nomes aparecem nesses trabalhos era composta por pesquisadores e alunos estrangeiros chineses e indianos que estudam ou trabalham em instituições da Coreia do Sul, enquanto 19 eram cidadãos sul-coreanos. Entre as instituições envolvidas, os destaques foram as universidades Woosuk, com cinco retratações, Sangmyung, com quatro, e Nacional Kunsan e Dankook, com três cada uma. Oitenta e seis por cento dos artigos cancelados haviam sido publicados em periódicos da Hindawi, braço da editora Wiley cujas revistas amargaram um número recorde de 8 mil retratações em 2023 causadas por fraude na revisão por pares e publicação de artigos com sinais de má conduta. “Embora a Coreia do Sul fosse considerada uma zona segura para problemas com fábricas de papers, temos visto um aumento nas retratações de artigos por esse motivo desde dezembro de 2021”, afirmou o relatório da fundação.
Republicar