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Tecnociência

Supercomputador desvenda proteínas

Desde abril do ano passado, um supercomputador tem ajudado os pesquisadores que trabalham na Rede de Biologia Molecular Estrutural (SMOLBnet) a analisar proteínas identificadas nos genomas do câncer, da tuberculose e da malária, que poderão conduzir a diagnósticos mais eficazes e novos tratamentos.

A supermáquina, montada com 16 PCs (cada um tem 40 gigabytes no disco rígido, totalizando quase 1 terabytes) interligados a uma rede interna de alta velocidade, custou apenas R$ 60 mil, financiados pela FAPESP. Uma máquina semelhante, importada, custa por volta de US$ 100.000,00. O supercomputador da Unesp foi construído por João Carlos Câmera Junior, de 22 anos, aluno do último ano do curso de Matemática da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de São José do Rio Preto, em apenas dois meses, orientado pelo professor Walter Filgueira de Azevedo Junior, coordenador de um grupo de pesquisa do projeto SMOLBnet (www.biocristalografia.df.ibilce.unesp.br), no Laboratório de Sistemas Biomoleculares do Departamento de Física da Unesp.

Walter Azevedo conta que “a idéia de montar um supercomputador surgiu em função da necessidade de trabalhar com computadores de alto desempenho”. Antes de colocar o projeto em prática, João Carlos fez um estágio no Centro Técnico Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos, sob orientação de Ângelo Pássaro, onde eles montaram uma máquina com sete PCs interligados que faziam cálculos de matemática pura. Ao voltar, adotou o conceito de “arquitetura paralela” e fez as adaptações necessárias para a área de bioinformática. O resultado é que o supercomputador consegue fazer simulações de estruturas de proteínas em poucas horas, trabalho que costumava demorar semanas.

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