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Tecnociência

Tamanho nem sempre é documento

TANYA DETTO

Vem que tem: garra pode ser blefeTANYA DETTO

Não só no jogo de pôquer o blefe é fundamental. Também é estratégia de sobrevivência e manutenção do poder em outras espécies. Simon Lailvaux e Patricia Backwell, da Universidade de Nova Gales do Sul, e Leeann Reaney, da Universidade Nacional da Austrália, se embrenharam em manguezais e pântanos australianos para analisar o comportamento dos caranguejos-violinistas (Uca mjoebergi). Com carapaçade apenas dois centímetros, esses animais têm uma das pinças bem maior que a outra que se regenera se perdida. Depois de constatar que os machos dessa espécie avaliam o tamanho do adversário – e de sua pinça – antes de se meter numa disputa, a equipe mediu o tamanho da garra, sua força e a resistência a ser arrancada. Constataram que as garras que nunca haviam sido perdidas davam uma dimensão da força real do caranguejo. Já as pinças regeneradas em geral eram maiores, mas nem sempre mais fortes e resistentes, além de serem mais leves e sem dentes (Functional Ecology). “Os machos com garras regeneradas podem blefar sobre a habilidade de lutar. Eles não são bons lutadores, mas a aparência da pinça indica aos outros que não vale a pena se meter com eles”, diz Lailvaux.

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