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Brasil

Teste mais barato detecta catapora

A dificuldade para cultivar em laboratório o vírus varicela-zoster (VVZ) – causador da catapora – fez com que a professora Maria Isabel de Moraes-Pinto, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e a pós-graduanda Erika Ono chegassem a um exame para diagnóstico de varicela mais barato e prático.

O Elisa indireto (sigla em inglês para ensaio imunoenzimático) é um dos exames mais utilizados para detectar no sangue, por exemplo, a presença ou ausência de anticorpos contra determinados vírus – como a varicela e o HIV. No caso do Elisa indireto para varicela, é necessário cultivar o vírus em laboratório, colocá-lo em contato com o soro do paciente e outras substâncias que, ao final do teste, produzirão uma coloração indicando a existência ou não dos anticorpos.

“Como tínhamos dificuldade para cultivar o VVZ, pensamos: por que não utilizar o vírus vivo atenuado presente na vacina contra a varicela? Nós testamos e deu certo”, conta Maria Isabel. O teste feito pelas pesquisadoras é o chamado Elisa in house (desenvolvido no próprio laboratório), que dispensa a compra do kit comercial, geralmente mais caro que o teste “caseiro”.

Um kit comercial indireto para varicela custa em média US$ 2,70 por paciente. Ao pular a etapa da cultura do vírus as pesquisadoras chegaram a um custo de US$ 0,99 por paciente com o Elisa in house.

“A idéia era simplificar o procedimento e permitir aos laboratórios que não têm condições de fazer uma cultura de células, mas utilizam o Elisa, se beneficiassem com esse método. É preciso ter apenas uma geladeira, uma incubadora e um leitor de Elisa”, afirma Erika Ono. O teste é importante em berçários para detectar funcionários que não sabem se tiveram catapora e, se apresentarem a doença, podem contaminar os bebês.

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