A superfície de Marte pode esconder um grande reservatório de água líquida, proporcional a um oceano na superfície terrestre, de acordo com análises dos dados registrados pelo módulo de pouso InSight, da Nasa, a agência espacial norte-americana. A água se encontra em rochas porosas, a profundidades de 11,5 a 20 quilômetros – mesmo na Terra, cavar tão fundo seria bastante difícil. As descobertas indicam que grande parte da água não escapou para o espaço, mas foi filtrada para a crosta, há mais de 3 bilhões de anos, quando o planeta vermelho tinha rios, lagos e oceanos. Na superfície restou apenas gelo, a maior parte nas calotas polares. Uma equipe liderada pelo Instituto de Oceanografia Scripps, da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, empregou um modelo matemático de física de rochas, idêntico aos usados na Terra para mapear aquíferos subterrâneos e campos de petróleo, e concluiu que a existência de uma camada profunda de rocha ígnea fraturada e saturada com água líquida é a melhor hipótese para explicar os dados do Insight, que registrou mais de 1.300 tremores sísmicos, impactos de meteoros e estrondos de áreas vulcânicas antes de cessar as operações há dois anos (PNAS e Universidade de Berkley, 12 de agosto).
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